São 07:30 da manhã…as torradas estão a ficar frias, o Manel não sai da cama, eu chamo-o duas, três, quatro vezes…OK, à quarta vez já não chamo…GRITO!!!!
“DESPACHA-TE!!!!!!!! VAIS CHEGAR ATRASADO… VAI LAVAR A CARA. EU ESTOU A AVISAR, COME DEPRESSA, VESTE-TE DEPRESSA, LAVA OS DENTES DEPRESSA, CALÇA-TE DEPRESSA…QUE MOLENGÃO, MEXE-TE! JÁ ESTOU PELOS CABELOS, ESTÁS A LEVAR UMA PALMADA NÃO TARDA!”
São 08:30 da manhã e eu já estou de rastos. E, a meu ver, de quem é a culpa? É óbvio que é do Manel…foi ele que me fez ter um comportamento destes!!!
E o seu filho? Como se sentirá o seu filho? Já se pôs no lugar dele depois de um episódio destes? O que será que vai naquela cabeça?
Sabia que quando uma criança pequena vive estes episódios elas pensam que as mães viraram monstros? Pois é…a pessoa carinhosa, meiga e cuidadora dá lugar a uma pessoa assustadora, há como que uma despersonalização da mãe. Com a continuação deste comportamento, a criança vai-se pondo em causa. Estudos recentes indicam que os gritos são tão nefastos como as agressões físicas, contribuindo para o desenvolvimento de uma baixa auto-estima, depressão e ansiedade.
ENTÃO O QUE POSSO FAZER PARA ME CONTROLAR E CONTROLAR O MEU FILHO?
1 - Seja consciente do problema e tenha vontade de mudar a situação. Não podemos trabalhar este problema se não formos conscientes de que ele existe.
2 – Crie uma rotina – deixe o que for possível preparar de véspera arranjado e de manhã faça o seu filho seguir sempre a mesma rotina (ex.: levantar, higiene diária, vestir, pequeno-almoço, lavar os dentes, calçar e sair)
3 – Ouça o seu filho – se surgir um conflito, tente ouvir o que o seu filho tem para dizer. Pergunte-lhe, num tom calmo, porque é que ele está tão zangado. Lembre-se que a criança poderá não responder ao que lhe perguntou de imediato mas a porta fica aberta para mais tarde expor as suas emoções.
4 – Aceite o desafio - ser desafiador faz parte do desenvolvimento da criança e não é dirigido a si. A criança que está a desafiar ou a fazer uma birra está na verdade a cumprir as suas lutas interiores, desafios e a organizar-se emocionalmente.
Não queremos dizer que é fácil controlar o temperamento (nosso e o deles!) e manter as nossas vozes em tom baixo, mas este estudo mostra que certamente vale a pena um esforço extra ao tentar.
Vamos respirar fundo!
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